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Luiz Guilherme Zancaner

Unialco

Op-AA-01

Soluções para o mercado a curto, médio e longo prazos

Para que a cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro não seja seriamente afetada, temos que resolver urgentemente alguns problemas, cujas soluções passam pelo governo, pelo mercado e pelos próprios produtores. Para que se retorne a curto prazo aos níveis de preços que reflitam o ressarcimento dos custos de produção e contenha uma margem mínima de lucro, é importante que haja o alinhamento dos produtores em torno dos grupos de comercialização.
 

E isso somente será possível caso os produtores ofertem uma quantidade de produto que atenda a demanda exata do mercado, nem mais, nem menos. A criação de uma empresa com a finalidade de prospectar mercados no exterior seria fundamental para complementar e tomar a dianteira de esforços isolados de produtores que também estão na busca dos mercados externos.

Esta empresa deverá ter a adesão maciça dos produtores, pois, se ela não dispuser de uma quantidade de produto que dê garantias reais de suprimento a esses novos mercados desenvolvidos, poderá comprometer a credibilidade da capacidade de seu abastecimento, importante item de segurança a ser apresentado nas mesas de negociações. Esta empresa tem seguras chances de sucesso.

Considerando que o estoque de passagem é de apenas um mês de consumo, um outro fator a ser considerado a curto prazo, seria a possibilidade de se postergar o início da safra, pois, em sendo possível, iria favorecer de forma real a recuperação dos preços. Devemos também considerar que essa é uma boa hora para que o Governo Federal faça seu estoque estratégico.

Isso inibiria as fortes e indesejáveis oscilações de preços, que não interessam nem ao governo, nem aos produtores e tampouco aos consumidores. O governo faria sua parte, já que há um ano atrás chamou os produtores a Brasília para que coibissem as altas acentuadas de preço, no que foi prontamente atendido. Naquele momento também solicitou que os produtores aumentassem a produção de álcool para safra que iria iniciar-se, no que também foi atendido.

Achamos ser natural que o governo colabore nesse momento, utili-zando-se dos instrumentos que possui, para a busca da estabilidade de preços, fazendo aquisições para formação de um estoque estratégico que dê a necessária segurança para o equilíbrio de eventuais problemas climáticos ou aumento da demanda que porventura ocorra. Como solução a médio prazo, podemos ainda reivindicar o aumento da mistura de 25% para 30%, percentuais tecnicamente aprovados.

Essa solução seria também interessante, pois é uma ferramenta que permite a manutenção da estabilidade dos preços da gasolina, considerando que o preço do petróleo tem se mantido num patamar alto nos últimos tempos. Do lado dos produtores, na na busca da manutenção do equilíbrio imediato, seria sensato considerar a postergação dos investimentos, principalmente nas ampliações das áreas de plantio e da indústria.

No que diz respeito ao mercado, a produção de carros bicombustíveis, já próxima dos 20%, apresentam uma curva de segura ascensão, pois a oferta ainda é limitada e a disponibilização de novos modelos por parte das montadoras deverá aquecer ainda mais esse mercado. O que, sem dúvida, criará a médio prazo, uma nova demanda para o álcool.

A longo prazo, devemos consolidar a auto-regulamentação do setor produtivo com o fortalecimento das entidades representativas do setor, para que, através delas, como interlocutoras, o setor tenha o encaminhamento correto e as soluções dos seus problemas. Devemos também buscar o aprimoramento da logística como importante fator de redução de custos e, por conseguinte, de competitividade de nossos produtos.

Também devemos promover estudos para ampliação da utilização do álcool, como na mistura ao óleo diesel, na indústria, etc. Devemos também trabalhar na promissora ação de conquista e ampliação do mercado externo. Finalizando, nesse momento de turbulência no setor, é fundamental consolidar a união, superar as divergências e vaidades e focar os esforços na superação dos problemas. Tais atitudes serão de suma importância para que, no futuro próximo, o setor sucroalcooleiro possa voltar ao crescimento sólido e sustentado que todos desejam e que o País tanto necessita.