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Jacyr da Silva Costa Filho

Diretor da Divisão de Cana do Grupo Tereos

Op-AA-37

Investimento na produção e aposta na competitividade

A cana-de-açúcar tem uma forte ligação com a interiorização da riqueza no Brasil, particularmente, no estado de São Paulo. Com faturamento anual acima de US$ 35 bilhões, a indústria canavieira gera mais de 1 milhão de empregos diretos e transfere às comunidades uma ampla gama de dividendos sociais. No ano passado, quando o saldo da balança comercial do Brasil foi de US$ 19 bilhões, o setor sucroenergético exportou quase US$ 16 bilhões. O País exporta, hoje, metade do açúcar comercializado no mundo.  

Na agricultura paulista, o setor também ocupa uma posição de destaque. Está presente em 484, dos 645 municípios, e representa em torno de 45% do agronegócio no estado. A atividade gera cerca de 260 mil empregos diretos e faz do estado de São Paulo o líder nacional na produção de cana, açúcar e etanol, com cerca de 60% da produção brasileira.

O etanol brasileiro propiciou ao consumidor uma conquista sem precedentes: o poder de liderar o maior programa de substituição de combustíveis fósseis por renováveis do mundo, a partir do direito de escolher o combustível no momento do abastecimento e não na aquisição do veículo. E o que temos visto é que a demanda pelo etanol de cana-de-açúcar cresce em todo o mundo por seus comprovados benefícios para o meio ambiente. Esse combustível renovável é, hoje, a melhor alternativa à gasolina, e seu uso garante a redução em até 90% na emissão de gases causadores do efeito estufa, se comparado com o combustível fóssil.

O ar mais limpo significa ganhos para a Saúde Pública. Estudos indicam que, se a frota da região metropolitana de São Paulo fosse 100% movida a etanol, somente pela melhoria da qualidade do ar, seriam evitadas 12 mil internações nas redes de saúde da região, gerando uma economia de R$ 60 milhões e evitando aproximadamente 900 óbitos por ano.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, quase metade (47%) das fontes da matriz energética brasileira é renovável, sendo a cana-de-açúcar a mais importante. Esses benefícios precisam ser reconhecidos em políticas públicas como, por exemplo, na diferenciação da tributação entre o combustível fóssil e o renovável, de forma a incentivar novos investimentos e garantir a rentabilidade do etanol e da bioenergia. O aumento da competitividade do setor produtivo virá em três áreas:

 

  • Agrícola: aumento da produtividade a partir do desenvolvimento de variedades e da utilização da agricultura de precisão, além da adaptação dos equipamentos agrícolas às condições de produção no Brasil;
  • Indústria: investimentos na automação, na redução do consumo de energia e nas perdas industriais, e 
  • Logística e novos produtos.

O desafio é produzirmos açúcar e etanol a um custo equivalente a US$ 0,15 por libra/peso – FOB navio. Para isso, é necessário um trabalho conjunto dos produtores rurais, indústria e fornecedores de equipamentos e insumos e empresas de tecnologia apoiadas em pesquisa e desenvolvimento. O Grupo Tereos, um dos líderes mundiais no processamento de produtos agrícolas, acredita no potencial brasileiro. Foi o primeiro grupo internacional a investir no setor, no País, no período recente, e, junto com seu parceiro, a Petrobras Biocombustível, vem investindo no desenvolvimento da Guarani.