Me chame no WhatsApp Agora!

Nelson Gilberto Cella

Diretor da Techpetersen

Op-AA-06

Recepção e limpeza à seco da cana

A operação de recepção e preparo da cana é tida pela usina como uma importante etapa no processo produtivo porque interfere diretamente em questões financeiras e na fluência de seu processo produtivo. Manter uma quantidade uniforme de entrada de cana na moenda é vital para assegurar a estabilidade no processo. Os equipamentos ligados a esta etapa devem ser adequadamente projetados para alimentar a moenda, funcionando de forma equilibrada, mesmo quando em capacidade máxima.

Além disto, em função da condição de trabalho sob grande esforço mecânico, os equipamentos desta área devem ser construídos com materiais de grande resistência para garantir a confiabilidade necessária. Em função da tecnologia desenvolvida neste segmento, atualmente, uma única mesa alimentadora Techpetersen tem capacidade para descarregar até 400 toneladas de cana por hora. De forma padrão, ela é construída com 12 metros de largura e ângulos de inclinação entre 35 e a 50 graus, recebendo cana por caminhões ou reboques com caçambas, com cargas de até 40 toneladas, içadas por um único hilo, também da Techpetersen.

A limpeza da cana-de-açúcar das impurezas provenientes da colheita da cana é realizada neste estágio, na mesa alimentadora, eliminando, principalmente, a presença de palha, terra e areia, materiais que se mantidos no processo, trarão um grande prejuízo na industrialização do açúcar e do álcool. O processo tradicional da limpeza da cana-de-açúcar com a utilização de água, tem por característica o grande consumo do líquido.

Seguindo os padrões comuns, o corte de cana começa com a queima da palha no campo, as chamadas queimadas, consideradas como terrivelmente prejudiciais ao meio ambiente. Essa prática ainda é utilizada porque facilita o corte manual, barateando o custo final da cana. Para um aproveitamento adequado, a cana é cortada rente ao solo e colocada no chão para, posteriormente, ser carregada com máquinas, e transportada, por caminhões, até a indústria.

A etapa do carregamento trás, além da cana, terra e areia para a indústria. Dois graves problemas aparecem nesse processo: a queimada da cana no campo e sua lavagem na indústria. O primeiro é prejudicial ao meio ambiente, porque polui o ar. Essa poluição, principalmente quando em áreas próximas à cidades, afeta sobremaneira a saúde da população, notadamente a infantil.

O segundo problema, também afetando o meio ambiente, consolida-se como um outro aspecto igualmente criticável pela sociedade e pela promotoria pública atual, qual seja o alto consumo de água retirada dos mananciais para utilização no processo de lavagem da cana, quando poderia ser destinado ou preservado para um fim mais nobre que este.

Para resolver o problema da queimada, diversas usinas estão abolindo o corte manual e passando gradativamente para o corte mecanizado. O método trás como vantagem imediata a viabilização da colheita da a cana crua, evitando a queimada. Permite ainda, colher a cana em pedaços de aproximadamente 20 centímetros, a chamada cana picada.

Quando chega na usina, a cana picada, ainda contém considerável quantidade de impurezas, como: terra, areia, palha, folha verde, ponteiro de cana, e tem o inconveniente de não pode ser lavada, porque o processo provocaria considerável perda de açúcar. A solução para limpeza dessa cana é a utilização de um jato de ar em contra corrente ao fluxo da cana, processo conhecido por Limpeza de Cana a Seco, que funciona em seguida a sua passagem pela mesa alimentadora.

Na saída da mesa, estando a cana em queda livre, ela se coloca fisicamente na oportuna condição de passar por este processo de limpeza. As impurezas destacadas são coletadas em uma câmara, tornando a cana limpa, que segue o processo, através da esteira transportadora, para a extração.

O sistema já é adotado por diversas usinas, que apontam como vantagens o aumento da capacidade de moagem, pois a palha deixa de passar pela moenda; redução do desgaste da moenda, economizando solda de chapiscos; melhoria da qualidade do caldo decantado; diminuição da produção de torta de filtro; eliminação da perda provocada pela lavagem da cana; redução da manutenção nas bombas de caldo; redução do desgaste dos dosadores de bagaço nas caldeiras; redução da freqüência de limpeza das grelhas das caldeiras; aumento da vida útil dos feixes tubulares das caldeiras.

Além de disto, outra considerável vantagem é o aproveitamento da palha retirada pelo sistema, como combustível para a caldeira, devido ao grande poder calorífico. A instalação de um picador de palha, também de tecnologia Techpetersen, fragmenta a palha em pequenos pedaços, que misturada ao bagaço, eleva consideravelmente o poder calorífico da massa e sua queima.