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Mario Lindenhayn

Presidente da BP Biofuels Brasil

Op-AA-22

O Brasil terá um importante papel no cenário presente e futuro

A pergunta em discussão hoje é: que papel o etanol e a bioeletricidade podem ter na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas? Para contextualizar essa questão, é válido lembrar o que motivou a BP (British Petroleum), uma empresa global de petróleo e gás, a escolher os biocombustíveis como parcela significativa de nosso portfolio de energias alternativas.

Ao fazer essa escolha, a BP está respondendo a duas grandes tendências que impactam o setor de energia. A primeira, naturalmente, é a necessidade de maior segurança energética em um mercado no qual a demanda está crescendo e a oferta é limitada. A segunda é a necessidade urgente de lidar com os riscos das mudanças climáticas através da redução das emissões de gases de efeito estufa globalmente.


Essa necessidade de mudança é particularmente aparente nos combustíveis para transporte: mais de 60% do petróleo do mundo vão para o setor de transporte. Mais de 90% do combustível usado em transporte são de origem fóssil. O setor de transporte representa, aproximadamente, 20% das emissões de gases de efeito estufa e está crescendo rapidamente.

Em 2030, o número de carros de passeio nas estradas deve dobrar, chegando a 1,4 billhão de unidades. Enquanto existem várias alternativas para descarbonizar a geração de energia elétrica, como a energia nuclear, eólica e solar, o setor de transporte tem menos opções para considerar. Na BP, nós acreditamos que os biocombustíveis são a única solução viável para fornecer energia de baixo carbono para transporte, de forma segura, competitiva e em larga escala.

E, naturalmente, o investimento em agricultura, implícito na produção de biocombustíveis, terá um efeito significativo na melhoria das condições do setor agrícola, tanto nos países desenvolvidos, quanto nos em desenvolvimento. Esses fatos ajudam a explicar por que os legisladores em todo o mundo têm tratado os biocombustíveis com certo entusiasmo, demandando um crescimento significativo dessa indústria.


O Brasil foi pioneiro, no mundo, na criação de uma indústria de biocombustíveis sustentáveis, tornando-se o maior produtor e consumidor de etanol de cana-de-açúcar e o maior exportador de etanol globalmente. Isso foi o resultado de um forte arcabouço de políticas e regulamentações que promoveram a inovação, o empreendorismo e o crescimento - na verdade, um modelo de sucesso que encoraja o desenvolvimento de energia limpa e segura em todo o mundo.

A emissão de cerca de 600 millhões de toneladas de CO2 foi evitada desde o início do Programa Proálcool, e hoje cerca de 92% das vendas de carros de passeio novos são flex-fuel. A Agência Internacional de Energia projeta que 26% do volume global de combustíveis usados para transporte serão biocombustíveis em 2050. Na BP, acreditamos que percentuais superiores a esse são possíveis, com o nível correto de investimento em tecnologias avançadas e desenvolvimento de infraestrutura.

Desde que o négocio BP Biofuels foi criado em 2006, procuramos oportunidades para fazer contribuições concretas para a segurança energética e para a redução da emissão dos gases de efeito estufa. Consideramos apenas o uso de matérias-primas sustentáveis, as quais tenham potencial para reverter o subinvestimento em agricultura e o desenvolvimento de tecnologias avançadas para fazer os bons biocombustíveis ainda melhores.

Da grande variedade de opções tecnológicas em desenvolvimento (fotossíntese de algas, gaseificação de biomassa, etc.) acreditamos que as tecnologias que mais provavelmente atenderão a nossos critérios de seleção serão aquelas que envolvem a conversão de açúcares de baixo custo e baixo carbono. A cana-de-açúcar sempre será competitiva.

Será necessário converter esses açúcares em moléculas de combustível de que a frota mundial de transporte precisa. Isso significa a produção de bioetanol e de biodiesel, mas também de uma nova molécula de combustível, o biobutanol. No ano passado, a BP fez um grande investimento na indústria de biocombustíveis, e nossa joint venture, Tropical BioEnergia, está produzindo etanol há pouco mais de um ano. O investimento na Tropical BioEnergia foi um primeiro passo para nós.

A ambição da BP é ser um dos líderes dessa indústria.
Sustentabilidade é um valor-chave para a BP e faz parte da nossa atuação no setor, desde o início. Em nossa joint venture, além de produzir combustível limpo, a cana cresce em áreas que anteriormente eram utilizadas para agricultura e em área de pasto subutilizadas. 

Utilizamos apenas água da chuva em nossos processos e milhares de árvores foram plantadas para minimizar a erosão do solo e promover a biodiversidade.
Faz parte do projeto da joint venture a geração de bioeletricidade através da queima do bagaço. Esperamos exportar pelo menos 30MW para o grid. Na perspectiva da BP, os biocombustíveis são a única opção viável que o mundo tem para lidar com as mudanças climáticas no setor de combustíveis para transporte nos curto e médio prazos.

No Brasil, o etanol e a bioeletricidade a partir do bagaço têm um papel-chave. Biobutanol e biodiesel a partir de açúcar se juntarão a esse esforço de redução nas emissões de gases de efeito estufa no futuro.
A boa notícia para nós, brasileiros, é que o Brasil terá um papel importante nesse cenário presente e futuro. E, na BP, estamos comprometidos em ajudar nessa transição para uma economia de baixo carbono.