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William Domingues de Souza

Editor Chefe da Revista Opiniões

Op-AA-04

Parcerias

Uma das frases mais ricas desta edição foi dita por um velho amigo: um paranaense chamado Paulo Adalberto Zanetti. Embora muito represente, não há muito de excepcional dizer-se amigo do Paulo. Muita gente é. Certamente este é o seu maior capital. Aliás, basta conhecê-lo para se tornar seu amigo. Nunca vi alguém que o conhecesse e não repetisse o seu nome com certa empolgação quando, no meio de uma conversa, ele tenha sido citado.

É o tipo de pessoa que será nosso amigo a vida toda. Quero usar o Paulo como exemplo para falar do valor da parceria, do pacto, da aliança. Em sua matéria desta edição, para explicar a razão do sucesso alcançado pelo grupo de empresários do qual faz parte, o Paulo diz: “O segredo de nosso sucesso foi saber juntar pessoas que se gostam, que se entendem, que confiam umas nas outras e possuem interesses comuns. Todos sabem que ninguém é maior do que todos juntos”.

Simples e sábias palavras. Simples e sábio jeito de viver. Simples e sábio jeito de trabalhar. Conheço suas histórias há alguns anos. Em tudo que se metem, obtém sucesso. Sempre estão juntos, sempre olham para o mesmo lado, sempre se aconselham mutuamente, sempre ouvem opiniões, sempre unem esforços, e certamente por isso, sempre vencem.

Ano passado, enviei aos amigos próximos um e-mail no qual se descreve a eloqüente e sábia forma de viver dos gansos. É uma verdadeira lição de vida. Neste momento da nossa história, quando o setor sucroalcooleiro prepara-se para alçar vôos muito mais altos e longos, onde o consenso e a união poderão fazer toda a diferença, transcrevo o citado e-mail.
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No outono, quando se vê bandos de gansos voando rumo ao sul, formando um grande “V” no céu, indaga-se o porquê deles voarem desta forma. O bater das asas provoca um deslocamento de ar. O ar afasta-se do gerador deslocando-se em movimentos circulares. Assim, existe um ponto no qual, ao voar em formação de “V”, a ave que está imediatamente atrás e um pouco para fora da linha de centro, pode se sustentar, aproveitando, desta forma, o movimento circular ascendente.

Assim agindo, poderá economizar até 70% da força que seria necessária àquele mesmo movimento se estivesse voando sozinha. Pessoas que têm a mesma direção e sentido podem atingir seus objetivos de forma muito mais rápida e fácil, pois “viajam” beneficiando de um impulso mútuo. Sempre que um ganso sai do bando, sente subitamente a resistência e o esforço necessário para continuar voando sozinho.

Rapidamente, ele entra outra vez em formação para aproveitar o deslocamento provocado pela ave que voa imediatamente a sua frente. Se tivermos o mesmo sentido, parece ser bastante lúcido, lembrando-se dos gansos, procurar trabalhar em formação com os que lideram o caminho para onde desejamos seguir. Quando o ganso líder cansa, ele muda de posição dentro da formação e outro ganso assume a liderança.

Vale a pena também nos revezemos em tarefas difíceis e cansativas, pois assim ninguém cansa e todos podem experimentar a experiência: ora do conduzir, ora do ser conduzido. Ao final teremos sempre mais gente em condições e com experiência de saber conduzir. Os gansos de trás gritam encorajando os da frente, para que mantenham a velocidade. Que mensagem passamos quando gritamos lá de trás encorajando quem está nos liderando? Óbvio que transmitiremos mais força, convicção e segurança para que esta pessoa continue a seguir em frente.

Que valor tem o entusiasmo que podemos receber e transmitir quando trabalhamos em um grupo que tenha o mesmo sentido e direção. Quando um ganso fica doente ou é ferido, dois gansos saem da formação e o acompanham para ajudá-lo e protegê-lo. E permanecerão com ele até que consiga voar novamente ou até que morra. Só então levantam vôo a fim de alcançar novamente o seu bando, ou entrarem  em um novo grupo, ou ainda, iniciarem uma nova formação. Se tivermos o sentido dos gansos também ficaremos um ao lado do outro, lutando pelo bem comum e pelo mesmo ideal. Afinal, os ideais valem a vida.

Reflita a respeito deste assunto.
Até a próxima edição.
Fiquem em Paz.