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Pedro Isamu Mizutani

Presidente da Cosan Açúcar e Álcool

Op-AA-25

As soluções para um mundo contemporâneo

Consolidado como um dos maiores players do setor sucroalcooleiro, o Brasil tem atraído cada vez mais a atenção internacional, e isso não aconteceu apenas por conta de seus excelentes índices produtivos, terras férteis ou clima privilegiado. Os produtos obtidos a partir da cana-de-açúcar tornaram-se parte da solução em um novo cenário de desenvolvimento sustentável, pois a planta é capaz de produzir energia para as pessoas – por meio de alimentos, para os automóveis – com o etanol, e para as casas – com a cogeração de energia elétrica.

A eficiência da cana como solução energética foi reconhecida recentemente por uma das entidades ambientais mais respeitadas do mundo. Após dois anos de pesquisas, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos – EPA, classificou o etanol de cana-de-açúcar como “biocombustível avançado”, com 61% de redução comprovada nos gases de efeito estufa em relação à gasolina.

Esse valor é três vezes maior que o obtido pelo etanol de milho, que contou com apenas 21% de redução em relação ao combustível fóssil. É importante ressaltar ainda que, no Brasil, somos detentores das melhores e mais modernas técnicas de pesquisa para o uso do etanol nas mais variadas aplicações. Prova disso é o acordo recentemente firmado entre Cosan e Braskem de fornecimento de etanol hidratado para a produção do chamado “plástico verde”.

Nesse caso, o insumo da Cosan substitui ingredientes provenientes do petróleo, largamente utilizados para a produção de plásticos. Durante cinco anos serão fornecidos, anualmente, 175 milhões de litros deste tipo de etanol à Braskem, e até o transporte será efetuado de maneira menos poluente, por meio do modal ferroviário.

Através de uma parceria com a ALL, o transporte será realizado até a planta da Braskem em Triunfo, RS,  por meio de trilhos, retirando cerca de quatro mil caminhões das rodovias por ano. A iniciativa contribuirá para uma redução de aproximadamente 90% na emissão de CO2 na atmosfera, comparando-se o transporte ferroviário com o rodoviário.

O Brasil também se tornou o maior exportador de açúcar do mundo, em um cenário internacional adverso, com estoques mundiais muito abaixo dos níveis históricos e que precisarão ser recompostos, além dos efeitos ainda sentidos pela quebra de safra da Índia. Neste contexto, o açúcar brasileiro tornou-se a solução para diversos mercados, o que também foi refletido no balanço anual do grupo Cosan.

No exercício 2009/2010, mais de três milhões de toneladas da commodity foram comercializadas para o exterior, tendo os destinos mais diversos, como a própria Índia, países árabes e a União Europeia. Todos esses dados mostram que o setor soube atender, de maneira ágil, às necessidades de um mercado consumidor cada vez mais ávido por soluções, sem deixar de suprir as necessidades mundiais de alimentação.

E como se isso tudo não bastasse, o bagaço da cana-de-açúcar ainda é convertido em energia limpa e capaz de diversificar as matrizes energéticas brasileiras, especialmente em épocas de seca, quando os reservatórios atingem níveis mínimos. Na safra 2009/2010, a receita obtida com a venda de energia somou R$ 92,4 milhões, totalizando um volume de 569 mil MWh.

É importante ressaltar ainda que, mesmo considerando o volume destinado à comercialização, todas as 23 usinas do grupo são autossuficientes em consumo de energia. Atualmente, 11 unidades comercializam seus excedentes por meio de leilão ou de contratos bilaterais, com uma capacidade instalada de 2.500 GWh de energia por ano.

Com tantas possibilidades de negócios e um desenvolvimento promissor, é natural que o setor continue atraindo os olhares de grandes investidores e players internacionais, incluindo aqueles que têm interesse em ingressar neste mercado. No entanto, acreditamos que este movimento fortalecerá o setor sucroalcooleiro nacional, possibilitando a criação de multinacionais com características brasileiras, como é o caso de diferentes empresas de outros setores do agronegócio.

O Brasil continuará tendo o domínio das técnicas produtivas que revolucionaram este segmento, além das boas práticas de gestão para a retenção dos talentos que levaram o país a se tornar um legítimo representante global do setor. Por isso acreditamos que a chegada de diferentes aportes fortalecerá ainda mais esta área, otimizando as soluções que já oferecemos atualmente e com a chance de ampliar o fornecimento destes serviços (combustível limpo, alimentação de qualidade e energia renovável) a todos os mercados consumidores que buscam soluções renováveis e limpas.