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José Maria Ribeiro de Almeida

Brasil Ferrovias

Op-AA-03

Logística eficiente e mais competitiva

A holding Brasil Ferrovias - BF, controladora das concessões das ferrovias Ferronorte, Ferroban e Novoeste, posiciona-se como líder do setor no transporte de açúcar para exportação. Sua área de influência primária são os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso e secundária, as regiões de Minas Gerais e Goiás. Atualmente, somente em São Paulo, concentra-se 2/3 da produção brasileira de açúcar e álcool, gerando exportações de 9 milhões de toneladas açúcar e 1,2 milhões de metros cúbicos de álcool.

A Brasil Ferrovias tem uma visão muito clara da logística da indústria sucroalcooleira. Desde a sua criação, identificou oportunidades para o transporte ferroviário formulando projetos de logística para este setor, cujo objetivo é agregar valor ao negócio de seus clientes (Usinas e Traders), através da racionalização dos custos globais, com logística das Usinas até o Porto.

Um dos projetos desenvolvidos pela BF em conjunto com seus clientes, foi a construção de terminais eficientes, ao longo da ferrovia, no interior de São Paulo, para consolidação de cargas, parceria nos ativos utilizados para o transporte ferroviário e melhorias operacionais nos terminais portuários, em Santos, promovendo sua integração.

Os projetos em operação aumentaram a capacidade de transporte de açúcar da BF, em 1,3 milhões de toneladas, além disto, novos projetos em fase de finalização ampliarão em meio milhão de toneladas este transporte. Convém destacar que o transporte da BF representa cerca de 20% de todo o açúcar exportado pelo porto de Santos, existindo, portanto, uma grande oportunidade para as ferrovias ampliarem sua participação neste segmento.

O mercado de álcool ganhou certa eficiência nos anos 80 e 90, quando a produção brasileira era fortemente regulamentada e voltada para o mercado interno, com o uso direto de álcool hidratado e do álcool anidro, que era misturado na gasolina. Nessa década, foi desenvolvido todo um sistema de armazenagem, transporte e distribuição, pulverizando a produção nos pontos de revenda.

Esse mercado entra agora em um novo ciclo de crescimento, sendo que a produção de álcool se direciona para a exportação e deve se confrontar com uma situação bem diferente, com volumes grandes e mesmo com a mudança de escala, de caminhão para navio. Neste mercado internacional, ainda estará sujeita a volatilidade dos preços do petróleo, a regulamentação dos países importadores e as flutuações da oferta e demanda do álcool.

As perspectivas futuras sinalizam um volume crescente de exportação de álcool e para que se materialize em larga escala, será necessário tornar a infra-estrutura logística existente competitiva, incorporando outros modais, tais como a ferrovia e dutos, e, conseqüentemente, reduzindo a participação do modal rodoviário. Além disto, será necessária a ampliação das capacidades regionais de estocagem, no interior, e nos portos de origem.

Os terminais portuários que movimentarem álcool necessitarão de velocidade no embarque, píer e calado que acomodem navios de grande porte, mais econômicos e que sejam compatíveis com os terminais de destino. Este cenário possibilitará às usinas a maximiação de seu preço FOB de exportação, extraindo valor da estrutura logística utilizada.

Faz-se necessário que os players, líderes na comercialização do álcool no mercado internacional, conheçam, participem e tenham controle da cadeia logística, desde a usina até o cliente final no exterior, o que implicará em investimentos em ativos e disponibilidade de recursos para financiar os estoques e a produção de álcool.

As projeções das exportações de álcool irão variar entre 8 a 10 milhões de m³, em 2010, dos quais cerca de 80% terão origem na região centro-sul, cujos portos naturais para seu escoamento são: Santos (SP), Paranaguá (PR), Ilha D’água (RJ) e Tubarão (ES). Para todos esses portos existem várias alternativas logísticas que podem combinar os modais rodoviário, ferroviário e dutoviário. A participação de cada um deles vai depender da capacidade disponível e de seus custos.

O desafio que se coloca para o setor ferroviário até 2010 é planejar, em sintonia com os clientes, uma capacidade adicional de transporte, de modo a atender a demanda da indústria, contribuindo para que o álcool brasileiro chegue aos portos com menor custo logístico. Cabe ressaltar que do ponto de vista do custo de produção, o Brasil tem as condições para liderar o mercado mundial de álcool. Uma logística eficiente e competitiva certamente facilitará a exportação e o sucesso da indústria.