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Claudimir Pedro Penatti

Diretor da Penatti Consultoria

OpAA70

Adubação da cultura da cana-de-açúcar

Este artigo sobre correção de solo e adubação tem como objetivo, por meio do manejo de nutrientes, o aumento das produtividades médias da cultura da cana-de-açúcar. A adubação mineral ou orgânica tem como propósito fornecer os nutrientes essenciais para o desenvolvimento da cultura e ganho de fitomassa. Quando um elemento no solo apresentar deficiência, a produção é reduzida, quais sejam:


Macronutrientes: Exigidos em maiores quantidades pela cultura, ou seja, a cada 100 toneladas de cana, são necessários (em quilos): N=138, P2O5=33, K2O=390, CaO=84, MgO=43,  S=26.


Micronutrientes: Exigidos em menores quantidades pela cultura, ou seja, a cada 100 toneladas de cana, são necessários (em  gramas): B=133,   Cu=62,  Fe=5271,   Zn = 219.

Para se obter o máximo de produtividade, devem-se seguir as seguintes atividades:


1) Amostragem de solo: No preparo de solo, para o plantio da cana, retirar amostra composta (15 a 20 subamostras por gleba uniforme) da área total. Em soqueiras, retirar amostras a 25 cm da linha de cana onde não se aplicou adubo. Amostrar na camada de 0-25 cm para fins de cálculo de calagem e adubação e 25-50 cm para avaliar a acidez em profundidade, a disponibilidade de cálcio e enxofre e calcular a necessidade de gesso agrícola.


2) Calagem: Segundo o IAC, aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 70% na camada superficial do solo (0-25cm), porém, não menos que 1,5 t/ha do corretivo (PRNT=100%). A fórmula é: NC=(V2 – V1) x CTC x 100/(PRNT x 10), onde: V2= saturação por bases a alcançar (70%); V1=saturação por bases do solo; CTC=capacidade de troca catiônica do solo; PRNT=poder relativo de neutralização total do calcário em %.


3) Gessagem: O gesso deve ser aplicado no plantio ou em soqueiras com base na análise da amostra composta de solo retirada na camada de 25-50 cm de profundidade. A gessagem é necessária quando constatada saturação por bases (V%) do solo inferior a 30% ou saturação por alumínio (m%) acima de 40% da CTC efetiva do solo. Calcular a dose de gesso de acordo com a textura do solo, pela fórmula: Argila (em g/kg) x 6 = kg/ha de gesso a aplicar. Em caso da não necessidade de gesso, mas o teor de enxofre na camada 25-50 cm for inferior a 15 mg/dm3, aplicar 1 t/ha de gesso como fonte de enxofre. Realizar a gessagem também nas soqueiras se a análise de solo indicar a necessidade. Por questões práticas, a calagem e a gessagem nas soqueiras podem ser feitas em anos alternados.


4) Fosfatagem: Consiste na aplicação de adubos fosfatados incorporados ao solo em área total para elevar a disponibilidade desse nutriente em solos pobres de fósforo (<7 mg/dm3). Aplicar 120 kg/ha de P2O5 para solos com até 25% de argila e 150 kg/ha P2O5 para os demais solos, considerando o teor total de P2O5 da fonte utilizada. O teor de fósforo solúvel em ácido cítrico é a base de comparação entre as fontes fosfatadas.  Uso de subprodutos do sistema sucroenergética


5) Vinhaça: A vinhaça é rica em potássio, por isso é a base para calcular a dose a ser aplicada, conforme a necessidade de K da cultura, não excedendo a dose máxima de acordo com a legislação ambiental local (norma CETESB P4-231 para SP). Essa norma limita a quantidade máxima de vinhaça àquela que eleva o teor de K trocável a 5% da CTC do solo na camada de solo até 0,8 m de profundidade. A vinhaça aumenta a produtividade de cana entre 5 a 10 toneladas por hectare.


6) Torta de filtro: A torta de filtro é rica em nutrientes, principalmente nitrogênio efósforo. Geralmente é misturada com fuligem para aumentar a concentração de potássio.A torta pode ser aplicada em pré-plantio, de preferência no sulco de plantio em doses entre 10 a 20 t/ha, em base úmida,ou sobre as linhas das soqueiras. Esses subprodutos promovem aumento de produtividade de cana entre 4 a 12 t/hectare.


7) Rotação de culturas/Adubação verde: Na reforma, pode-se fazer o uso de rotação com a soja ou o amendoim, e, como adubo verde, as culturas leguminosas de grãos, como as Crotalárias juncea, spectabilis e ochroleuca.


8) Adubação mineral da cana-planta e cana-soca: A quantidade de adubo e a fórmula a serem usadas na lavoura de cana são baseadas nas tabelas de recomendação de adubação obtidas da experimentação de campo e das análises químicas de solo, como mostram as tabelas.


9) Micronutrientes: Da mesma forma que os macronutrientes, os micronutrientes também são necessários para a cultura da cana, portanto recomendam-se aplicar no solo, em média, 2 kg de B/ha, 4 kg de Cu/ha, 5 kg de Zn/ha, 5 kg de Mn/ha e 0,3 kg de Mo/ha. Lembrando que esses nutrientes podem ser aplicados via foliar também, como complementação da adubação via solo, no período entre novembro a janeiro. Usar a tabela de recomendação de adubação para os micronutrientes também.