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Genésio Lemos Couto

Diretor de Pessoas, Comunicação e Sustentabilidade da Odebrecht Agroindustrial

AsAA17

Prática empresarial
Na busca do entendimento da palavra sustentabilidade pela sua origem etimológica, vamos perceber que é quase uma redundância, definida por substantivo feminino que traduz a “característica ou condição do que é sustentável”. Mas, quando afinamos o seu entendimento, percebemos o quanto o termo vem sendo utilizado e aplicado para definir o modus operandi de um indivíduo ou de uma organização. A sustentabilidade passou a ter importância nos últimos 20 anos, tornando-se agenda da sociedade, contrariando a aposta que seria um modismo de gestão ou comportamento. 
 
Enquanto não sedimentarmos a consciência sustentável, seguiremos criando formas e métodos para manter a agenda do tema ativa, e sendo criativos para recuperar o estrago feito pelo crescimento urbano desordenado, dos avanços tecnológicos sem medir consequências e do retorno do capital sem a consciência da perpetuidade.

Por isso, entendo que essa recuperação será mais efetiva se focarmos na sustentabilidade empresarial, que traz como bandeira a adoção de atitudes éticas e práticas que visem ao crescimento econômico, sem agredir o meio ambiente e colaborar para o desenvolvimento da sociedade. Partindo desse princípio, darei o foco na sustentabilidade empresarial, a partir da minha experiência de gestão em uma empresa que, por natureza do seu negócio, já tem no seu DNA o conceito e o espírito de atuação baseado nessa bandeira – a Odebrecht Agroindustrial, produtora de energia limpa e renovável.

A nossa estratégia tem como pilar principal o desenvolvimento local, através do programa Energia Social, voltado para a sociedade e a preservação ambiental com indicadores feitos para avaliar os resultados e gerar a consciência sustentável nos atores das atividades produtivas. 
 
Com esse programa, criamos a metodologia para aplicar recursos financeiros na comunidade voltada para o desenvolvimento sustentável local, com o envolvimento participativo de decisão compartilhada. Dessa forma, foi criado o Conselho Comunitário, formado por representantes do governo municipal, da comunidade e da empresa.

Esse Conselho analisa as recomendações dos projetos definidos pelas Comissões Temáticas – atividades produtivas, educação, cultura, saúde, segurança e meio ambiente – formadas por integrantes técnicos, especialistas, profissionais e interessados da própria comunidade local. Dessa forma, a Odebrecht Agroindustrial implantou mais de 70 projetos de interesse social e sustentável nos nove municípios, em quatro estados, do entorno da sua localização, beneficiando mais de 150 mil pessoas. 
 
Dentre os projetos implantados, um mereceu o reconhecimento da ONU em 2016, o “Acreditar na Diversidade”, que atuou na capacitação das pessoas portadoras de deficiência no Pontal do Paranapanema-SP, para, em seguida, inseri-las no mercado de trabalho. Com viés ambiental, vale destacar o projeto “Recuperação das Nascentes no Araguaia”.

Com o enfoque na atividade produtiva e na geração de renda, gosto de destacar a Cooperativa das Costureiras em Perolândia-GO, que teve a dura missão de reunir as costureiras locais, organizá-las, obter os equipamentos e trazer um parceiro para a qualificação e fornecimento de tecido (Tecido Santista) para a fabricação de uniformes a serem utilizados na própria indústria sucroenergética. Recentemente, o programa Energia Social implantou as instalações para a “Mediação de Conflito Local” em Costa Rica-MS, projeto inovador e com um perfil de vanguarda da comunidade e governantes municipais.
 
Tratamos aqui a sustentabilidade empresarial contribuindo para obtenção da consciência sustentável dos indivíduos e sua relação com o meio ambiente e sociedade em que vivem, mas nada substituirá o processo educativo para se criar a consciência sustentável, com o envolvimento das escolas de ensino básico, das academias, empresas e associações de classe.

No momento em que se alcance essa desejada consciência sustentável plena, as estruturas empresariais e ações organizadas para fomentar a sustentabilidade não mais precisarão existir. Enquanto a consciência sustentável plena dos indivíduos não chega, acredito que os compromissos assumidos no Acordo de Paris poderão vir a orientar o empenho e o engajamento de todos os setores produtivos.

Assim, teremos resultados ainda  testemunhados pelas gerações presentes e uma melhor qualidade de vida para as futuras. Espero que a atitude irracional e a consciência não sustentável de quem abandonou o Acordo de Paris não contamine ou ameace os avanços alcançados com os compromissos assumidos. Falta muito para que haja a consciência sustentável plena dos indivíduos. Então vamos seguir pensando no conjunto de ações nas empresas, dirigidos para o respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da sociedade.