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Luís Gustavo Teixeira

Diretor Agrícola e de Tecnologia da São Martinho

OpAA80

Tradição e tecnologia: uma combinação de alta performance
Ao longo de sua história, a São Martinho se destaca não apenas pela sua longevidade, tradição e solidez, mas também pelo pioneirismo na adoção de um modelo de produção sustentável baseado em tecnologia e inovação, viabilizado pelos seus constantes investimentos nestes temas, que a tornam referência em excelência operacional. 

A Companhia está atenta às tecnologias que potencializem seus resultados, adotando-as de maneira rápida e antecipada. Alguns exemplos são a produção de Mudas Pré-brotadas (MPB), o preparo de solo com o canteirão localizado, a utilização de bioinsumos, a aplicação de vinhaça localizada e a otimização da nutrição do canavial pelo uso eficiente de coprodutos industriais, reforçando a economia circular e promovendo reciclagem de nutrientes.

A São Martinho é um grande caso de sucesso na adoção de manejos sustentáveis, em favor da agricultura regenerativa. 
A utilização de bioinsumos para o controle de pragas ocorre há mais de quatro décadas, por meio de biofábricas internas que produzem inimigos naturais liberados no campo via drones, tendo como base o Manejo Integrado de Pragas (MIP). 

Em parceria com a FAPESP e  UNESP, a São Martinho criou o Centro de Pesquisa em Engenharia Fitossanidade em Cana-de-Açúcar (CEPENFITO), que visa desenvolver pessoas e manejos por meio de pesquisas e tecnologias, sempre avaliando modelos sustentáveis, uma vez que 85% do controle de pragas da Companhia é biológico. A São Martinho possui uma vasta linha de trabalhos que visam o aumento do resultado financeiro de maneira sustentável. 

Dentre eles, se destaca o desenvolvimento de variedades, por meio das quais a Companhia usufrui de novos patamares produtivos. 
Com mais de 200 mil genótipos em avaliação na rede de ensaios da empresa, são selecionadas variedades de potencial biológico superior em relação aos padrões atuais do setor bioenergético, além de identificar como potencializar o resultado das mesmas na lavoura pelo seu posicionamento preciso.

Reforçando o seu pioneirismo, a São Martinho foi uma das primeiras empresas do setor a adotar a mecanização na colheita e no plantio, atuando, com parcerias estratégicas, no desenvolvimento e aprimoramento das máquinas agrícolas, assim como foi pioneira na adoção do uso de piloto automático, que traz vantagens como o paralelismo das linhas de cana-de-açúcar e o controle de tráfego das máquinas em todas as operações agrícolas. Tudo isso somado aos diversos benefícios que o piloto automático propiciou ao longo do tempo, como o avanço no uso das colhedoras de duas linhas, que já é uma realidade para a São Martinho.

A São Martinho sempre realizou o controle operacional de dados. No início, os registros eram feitos de maneira manual e, depois, via computadores de bordo, com recursos tecnológicos disponíveis na época. A atuação da São Martinho se baseia em dados e informações, porém estava-se lendo o “jornal de ontem”. Faltava um ponto de virada para que informações em tempo real e na palma da mão permitissem as tomadas de decisão de manejo no momento ideal para a lavoura. Este ponto de virada veio com a internet no campo.

Em 2015, iniciou-se o desenvolvimento de uma rede de internet inovadora, com boa cobertura e longo alcance, conectando toda a área agrícola. A rede entrou em operação em 2019 com a inauguração do COA (Centro de Operações Agrícolas) da Unidade São Martinho, em Pradópolis-SP. Em 2020, passou a funcionar nas Unidades Iracema e Santa Cruz (ambas em SP) e Boa Vista-GO. 
Com três grandes linhas de atuação (planejamento e controle, geotecnologias e controle operacional), o COA foi inspirado em centros de monitoramento avançado de segurança pública e de espaço aéreo e funciona de maneira ininterrupta, contando com salas projetadas com redundância de internet, de energia e com um moderno videowall que permite que os operadores tenham uma visão panorâmica, integrada e em tempo real de diversas fontes de informação, facilitando a análise de situações, tomadas de decisão e coordenação de ações em tempo hábil. 
 
Assim, o COA gera vantagens e benefícios em toda cadeia de produção, desde a automação das casas de bombas de vinhaça até o uso de sensoriamento remoto, tanto por satélites quanto por drones, na análise de biomassa do canavial, avaliação de falhas e monitoramento fitossanitário nas lavouras, por meio de Inteligência Artificial, identificando avarias e direcionando as equipes para uma atuação localizada e precisa. 

O caderno digital de mapas, que cada colaborador pode utilizar em dispositivos móveis com informações na palma da mão, guia os profissionais pelas fazendas, possibilitando apontamentos em campo. 

Aliando as inteligências geográfica e artificial, o COA possui um sistema de monitoramento de incêndio, com câmeras de longo alcance e alta resolução, que reconhece e localiza com exatidão os focos, alertando os controladores. O sistema utiliza localização em tempo real dos caminhões de combate a incêndio, direcionando-os para o controle da ocorrência, reduzindo o tempo médio de resposta e o impacto do incêndio nas lavouras.

Com soluções baseadas em um computador de bordo inteligente e conectado, o COA da São Martinho acessa a telemetria das máquinas agrícolas, por exemplo, para monitorar rotação do motor, garantindo o trabalho na faixa de rotação ideal. 

A Alocação Dinâmica de Transbordos (ADT) otimiza a logística interna das frentes de colheita, e a Rastreabilidade da Matéria-Prima (RMT) registra todo o processo a partir do corte da cana-de-açúcar até a moenda. Tudo contribuindo para o rendimento e qualidade das operações agrícolas.

O uso de tecnologia também é aplicado no cuidado com as pessoas, graças a um sistema que funciona como um anjo da guarda de cada motorista. Câmeras nas cabines dos caminhões utilizam a telemetria e monitoram os comportamentos de direção segura e econômica dos condutores. 

Com o uso da Inteligência Artificial, elas identificam fadigas e distrações em tempo real e geram alertas tanto dentro da cabine para o motorista, quanto no COA. Todas as tecnologias citadas compõem a primeira onda do COA. Os dados são armazenados em um Data Lake para realização de análises avançadas e geração de algoritmos que otimizam os fatores de produção, estabelecendo a segunda onda de desenvolvimento do COA da São Martinho.
 
O Centro de Tecnologia e Inovação, inaugurado em 2022, gera um ambiente que potencializa a transformação digital na Companhia, sendo um local para que os colaboradores da São Martinho e de empresas parceiras interajam e tenham acesso seguro aos bancos de dados, com cobertura de internet 5G, tecnologia que foi primeiramente explorada, dentro do agronegócio brasileiro, pela São Martinho. 

A Companhia possui parcerias com hubs de inovação internacionais como o israelense IBITech e o europeu ENRICH (European Network of Research and Innovation Centres) e ainda, em 2021, foi uma das fundadoras do Cubo Agro, uma vertical do Cubo Itaú, que busca impulsionar o empreendedorismo tecnológico por meio da inovação no setor do agronegócio no Brasil e na América Latina.
Na São Martinho, a agricultura se desenvolve baseada em dados e ciência para potencializar o resultado financeiro. Tem como pilares pessoas, gestão e tecnologias, garantindo que todas as práticas e manejos sejam executados com excelência. 

Dessa forma, a maturidade dos processos é resultado de uma sólida base, construída desde 1941, e a sofisticação tecnológica vem adicionando continuamente, de maneira pioneira, ferramentas modernas. Assim, a São Martinho usufrui de sustentabilidade em seu negócio e pavimenta seus caminhos futuros.